"Não Tem Estado, Não Tem Fronteira, é o Movimento da MUDANÇA Brasileira!"


sexta-feira, 17 de julho de 2009

E cá, como estamos?


Durante a década de 90 pudemos perceber a contundente postura do governo brasileiro de sucateamento das Universidades públicas e intensa proliferação das Universidades particulares sem qualquer regulamentação. Isto se deu por conta da concepção de Estado mínimo que o neoliberalismo impulsionou em todo mundo, esvaziando o Estado como indutor de políticas públicas.

Entretanto, os movimentos sociais e a esquerda intelectual combateram através de formulações e ações políticas esta concepção, mas por elementos de organização interna, tiveram poucos êxitos em deflagrar uma postura contra-hegemônica na sociedade. A partidarização excessiva dos movimentos, a disputa interna, a falta de reoxigenação e democracia interna nas entidades, limitaram a atuação de vários movimentos sociais, colocando a disputa de direções acima da disputa estratégica de sociedade.

Dessa forma, os movimentos sociais e populares, capitalizados pelos partidos de esquerda como PT, PCdoB e PSB, reposicionaram sua ações e voltaram sua práxis política na disputa institucional do país, onde, através da disputa presidencial de 2002, e novamente em 2006, obtiveram uma importante vitória que foi a eleição de Lula ao poder central do Brasil.

Porém, a composição deste governo deixou de forma clara que seria um governo de coalização e de contradições, exigindo da sociedade civil organizada uma postura firme e crítica, para que pudéssemos contribuir de forma propositiva na indução das políticas implantadas ao longo do mandato. Mas, por ser um governo eleito democraticamente pelo povo, com a contribuição dos movimentos sociais, a postura adotada pela maioria destes foi de comodidade e defesa intransigente do governo, contribuindo para uma dispersão ainda maior das mobilizações e da luta popular.

Além disso, algumas propostas governamentais apresentadas evidenciaram uma disputa interna nos movimentos sociais, onde a tática prevaleceu mais uma vez à disputa estratégica, fragilizando a correlação de forças, como foi o caso da Reforma da Previdência e da Reforma Universitária. A falta de unidade dos movimentos sociais para a contraposição ao pensamento dominante ainda é notória, mantendo o descenso das lutas sociais e populares, exigindo dos movimentos uma unidade de formulações e ações práticas que consigam interferir na realidade do povo brasileiro, na construção de uma nação justa e soberana.

Neste cenário, achamos que é momento dos movimentos sociais buscarem fazer a disputa do governo, evidenciando o que tem sido colocado como demanda histórica, como a diminuição da desigualdade social, sem deixar de resistir a políticas conservadoras, como a do Banco Central.

Temos que ter clareza que o atual momento nos apresenta uma conjuntura favorável na disputa de consciência das pessoas, mas quem irá fazer esta disputa são os movimentos sociais organizados, buscando interferir na mudança da cultura, na mudança de valores presentes no dia-a-dia da sociedade. Valores estes, individualistas e consumistas, que a política neoliberal fortemente entranhou na sociedade mundial.

A complexidade do mundo atual e a pluralidade da juventude acrescentam dificuldades a essa tarefa. Precisamos criar uma identidade dos estudantes, da juventude e dos movimentos sociais. É necessário se criar pautas e bandeiras em comuns que podem trazer vitórias concretas para a população brasileira. Vitórias que precisam ser construídas em conjunto com a população, fazendo com que nossas lutas sejam referência para a maioria de nosso povo.

FONTE: (http://mudanca.org.br/)

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